A TV Globo, através de matéria investigativa exibida no programa Esporte Espetacular, no último domingo (26), denunciou um esquema de manipulação de resultados na Série C do Campeonato Carioca. Diante da gravidade dos fatos, a Procuradoria agiu rapidamente e pediu a suspensão preventiva dos envolvidos, o que foi concedido na noite desta segunda-feira (27).
No dia 23 de janeiro, o Presidente do TJD-RJ determinou a abertura de inquérito com base em um ofício da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (FFERJ) à Procuradoria. Antes da conclusão da apuração e oferecimento de denúncia, o procurador-geral, André Valentim, pediu a suspensão preventiva do Clube de Futebol São José, do Presidente Maicon da Silva Vilela, do sócio administrador Adilson Faria de Sousa, do diretor das categorias de base Mauricio Pelegrini e de Emerson Silvano da Silva. O Esporte Clube Atlético Carioca e o auxiliar técnico Thiago dos Santos Soeiro também estão suspensos por suspeita de participação no esquema.
– Face às provas robustas e de conhecimento notório, os atos praticados por cada um dos denunciados é de se lamentar à exaustão. Difícil acreditar que homens médios, ocupando tão honrosas funções tenham praticado atos tão insanos e revestidos de má-fé. Como podem esses senhores terem coragem de se relacionar socialmente? Até onde um indivíduo poderia chegar com sua ganância por dinheiro? Este Presidente espera que seus familiares tenham conforto, pois se eles são pais, avós, filhos ou netos de pessoas probas, me deixa um sentimento triste, a medida que expõem valores absolutamente corrompidos e humilhantes dentro do seio familiar. A presença de cada um deles em arenas esportivas da modalidade futebol ou dentro de seus próprios clubes deve ser impedida de plano, pois colocam em risco os princípios esportivos basilares da moralidade e do fair play. As entidades de prática também devem imediatamente serem expurgadas de qualquer competição, a medida que não faltam elementos para tanto – disse o Presidente Marcelo Jucá ao deferir o pedido de efeito suspensivo.
Os jornalistas Fred Justo e Sérgio Rangel, juntamente com toda a equipe de reportagem, registraram a ação dos suspeitos em um longo trabalho investigativo de três meses. Foram apresentadas filmagens dos envolvidos agindo nas arquibancadas, diálogos e depoimentos de testemunhas. Há também, além da apuração jornalística, escutas telefônicas com autorização judicial. Fora da esfera desportiva, o caso está sob os cuidados da Delegacia de Defraudações da Polícia Civil e pelo Gaedest (Grupo de Atuação Especializada do Desporto e Defesa do Torcedor do Ministério Público do Rio).
Elise Duque/Assessoria TJD-RJ
Foto: Reprodução/Esporte Espetacular